Monday, April 24, 2006

SER PEAO EM LISBOA

JN, 2006-04-23

Reclamadas medidas também para os peões

A Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) concorda com a instalação de radares de controlo de velocidade nas vias de aproximação à cidade, mas recusa a \"banalização\" destes equipamentos e alerta para a necessidade de serem tomadas \"medidas de acalmia de tráfego\" que potenciem a utilização das ruas pelos peões. Ouvido pelo JN, Manuel João Ramos, dirigente da ACA-M, considera que a instalação de radares nas avenidas da Índia e Marechal Gomes da Costa , onde têm sido registados vários atropelamentos mortais, pode até ser positiva, mas defende que a questão da diminuição da sinistralidade passa por \"uma mudança na visão da mobilidade, que tenha mais enfoque no peão\".
O dirigente da ACA-M dá como exemplo o Plano de Mobilidade de Lisboa, \"uma bíblia de 200 páginas onde apenas três são dedicadas aos peões\". \"É a prevalência total e brutalista do automóvel\", diz, defendendo que essa \"ditadura\" é \"económica e socialmente insustentável\".

Para melhorar a situação dentro da cidade, o dirigente defende uma alteração \"radical\" do sistema GERTRUDE, que regula grande parte da semaforização da capital. \"Têm de ser feitas duas coisas aumentar o tempo de atravessamento para os peões e diminuir os tempos de verde para os automóveis, que são extremamente grandes\", diz, garantindo que essa situação dá azo a uma \"condução agressiva\" por parte dos condutores.

Manuel João Ramos diz que \"a maior parte das avenidas de Lisboa não são atravessáveis de uma só vez\" por pessoas normais, muito menos por quem tem mobilidade reduzida (cerca de 30% dos peões). A ACA-M defende que existem soluções de acalmia de tráfego - como a mudança do piso ou uma determinada elevação - que obrigam a reduzir a velocidade e permitem a existência de \"ruas partilhadas\" entre peões e automóveis. A experiência de bairros fechados não convence. GP

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